Olá pessoal! Hoje trazemos para vocês uma entrevista com dupla vencedora da segunda seletiva do WCS 2010 Brasil: Nathalia Lelis e Gabriela de Lima. A seletiva ocorreu no evento Anime Festival em Belo Horizonte, e a dupla venceu com uma apresentação baseada no jogo Odin Sphere. Confira a nossa conversa:
SetCosplay: Como foi apresentar sem o auxilio de microfones? Vocês acham que isso poderia ter prejudicado vocês em algum momento?
Lélis: apresentar sem os microfones foi deveras complicado. Primeiro não poderíamos dar a entonação de voz que pretendíamos para o personagem e isso acaba prejudicando na interpretação, segundo porque a pane com os microfones atrapalhou nossa concentração. Poderíamos ter feito algo muito melhor, aquilo que nós duas realmente ensaiamos. Mas imprevistos acontecem e faz parte saber lidar com eles. Sem dúvidas aquilo nos afetou de forma negativa, mas soubemos dar a volta por cima, afinal, depois de tanto ensaio não iríamos desistir tão fácil (risos). Tivemos o apoio do evento, que tentou de todas as formas resolver o problema e especialmente do público que ao anunciarmos que iríamos fazer no gogó, ficaram em silêncio todo o tempo, temos muito que agradecer a eles.
Gabi: Foi tenso apresentar sem microfones. Isso afeta e bastante a nossa performance, antes de subir no palco, ambas estávamos mentalmente preparadas pra subir lá e fazer tudo que fazíamos nos ensaios, mas com essa pane tivemos que ficar esperando, a gente esfria e perde os nervos, mas fiquei grata que apesar de tudo pudemos apresentar e dentro da nossa condição de stress fizemos o nosso melhor. Foi uma pena esse problema ter acontecido conosco, mas no fim tudo deu certo, até porque a organização nos ajudou bastante nesse momento crítico.
SetCosplay: Pelo que podemos notar na apresentação de vocês que o espaço é aberto e a iluminação natural, muito diferente de outros eventos que o local é fechado o que vocês acham disso?
Lélis: Iluminação natural tem suas vantagens e também suas desvantagens. Eu prefiro palcos como os de teatro, geralmente são mais seguros e possuem sistema de luz e som montado, mas apresentar ao ar livre tem seu charme: o vento dá um movimento bacana para a roupa. O problema de apresentar ao ar livre é só quando o palco é mal estruturado e quando a luz do sol incide diretamente no rosto, que foi o que aconteceu conosco.
Gabi: Eu até gosto bastante de apresentar ao ar livre e de dia, porque com a luz do sol, a iluminação fica bem mais natural do que uma iluminação geral artificial de palco, no entanto um palco especialmente montado e equipado pra apresentações ajuda bastante tanto quem se apresenta, quanto quem assiste, principalmente quando é possível ter o auxílio de artifícios técnicos como uma iluminação especial, o que ajuda a dramatizar bastante certas apresentações.
SetCosplay: O que vocês acharam das outras duplas que competiram?
Lélis: Tinha muita gente com bastante potencial, mesmo os iniciantes. Como mineira posso dizer que fiquei orgulhosa dos competidores mineiros e que me sinto ainda mais orgulhosa de poder representar esse estado que tanto amo. Eu percebo certa diferença nas apresentações pelo pessoal daqui, os mineiros gostam de organizar até os pequenos detalhes nas apresentações, que às vezes até passam despercebidos. Eu acho que o futuro dessas competições no nosso estado é sempre progredir.
Gabi: Eu gostei bastante do número de competidores, acredito que quanto mais gente competindo, melhor. No caso das duplas que estavam no Anime Festival as achei bastante competentes, mas o mais importante de tudo, havia um ar bom de competição saudável nos bastidores, o que nem sempre ocorre em competições de grande porte.
SetCosplay: Podem dar uma prévia de seus futuros cosplays?
Lélis: O meu próximo cosplay a ficar pronto e já está na metade do caminho é a Fran de Final Fantasy 12, tenho a Satella de Chrono Crusade para Outubro, a Crimson Viper de Street Fighter e a Bayonetta de Bayonetta.
Gabi: Assim como a Lelis, estou terminando meu cosplay da Ashe de Final Fantasy XII, e tenho planos de fazer ainda esse ano a Juri de Street Fighter 4 e a Princesa Peach, versão do Super Smash Brothers Brawl.
SetCosplay: Como foi a preparação para o WCS?
Lélis: Muito intensa. Eu e a Gabi temos problemas com nossos horários e só podemos nos encontrar à noite e nos finais de semana (se nenhuma estiver trabalhando nele :/) então tínhamos as madrugadas a fora para ensaiarmos muito e para confeccionar o cosplay, e que diga-se de passagem tivemos apenas 1 mês para fazer tudo. Perdemos noites de sono mas tudo vale a pena e além disso, nós duas escolhemos isso, não nos foi obrigado, então não temos muito o que reclamar.
Gabi: Foi um período bem frenético. Tivemos a idéia maluca de querer fazer tudo em 1 mês, e não seria possível obter o resultado que obtivemos se ambas não tivéssemos nos dedicado tanto. Foi um período bem cansativo, mas optamos por nos dedicar a isso voluntariamente, sabendo de todas as consequências, mas fico feliz com o resultado de tanto esforço.
SetCosplay: Como vocês lidam com os comentários levantados sobre vocês?
Lélis: da melhor forma possível. Se os comentários são elogios, respondemos todos que podemos, agradecemos o carinho. Caso os comentários sejam críticas construtivas a gente lê, entende e de alguma forma reavaliamos as coisas. As construtivas são importantíssimas, pois elas nos mostram os reais erros em apresentações ou cosplays e que nos estimula a melhorar. Porém se os comentários são de mero intuito depreciativo não nos importamos, uma vez que temos muita certeza do que fizemos e de quem somos. Antes de cosplayers, somos Nathália e Gabriela.
Gabi: Tentamos levar todo tipo de crítica e comentário da forma mais saudável possível. Para podermos crescer e perceber as falhas na nossa apresentação, não adianta se fechar e achar que está tudo perfeito, nós temos que ouvir tudo o que foi falado. E é o que estamos fazendo, eu e a Nathalia estamos abertas à críticas e sempre levamos em consideração esses comentários, sem eles fica difícil somente nós duas vermos as falhas, já acabamos ficando muito viciadas na apresentação. É a mesma coisa que acontece com a arte, muitas vezes você tem que se distanciar da obra, passar um tempo sem vê-la pra poder ver suas falhas e seus brilhos, mas como nós não temos o luxo de ter tanto tempo assim, nós recorremos à opinião de terceiros que não acompanharam o processo de montagem e estão com a cabeça livre de vícios e travas. Todo comentário é bem vindo e ponderado, e claro que vamos dar atenção àqueles que merecem ser ouvidos, porque simples ofensas são ignoradas.
SetCosplay: Quais suas expectativas para a final brasileira?
Lélis: sempre são as melhores possíveis. Esse ano vamos contar com 1 dupla campeã mundial, 1 finalista e com o Hyoga que também é campeão mundial, então já espera-se um baita show. E não só isso, com a redução de 15 para 10 vagas a competição fica mais acirrada nas eliminatórias e deixa a final ainda mais interessante, elevando o nível. O Brasil por si só já é excelente no WCS e esse ano acredito que não seja diferente. Independente da dupla que ganhar, esse ano é o tricampeonato brasileiro (risos)
Gabi: Ano passado tive uma ótima experiência na final brasileira, e acredito que isso vá se repetir. Todas as duplas selecionadas até agora se mostraram muito competentes e conquistaram as vagas com belíssimas apresentações sendo muitas delas completamente diferentes. Acredito que esse ano iremos ter um verdadeiro show na final de 2010, e tenho certeza de quem quer que seja o campeão brasileiro esse ano vai brilhar no Japão.
SetCosplay: Porque a escolha do jogo Odin Sphere?
Lélis: somos ambas gamers e fã de Odin Sphere. É o meu RPG de PS2 favorito. Quando decidimos formar uma dupla, escolhemos Odin por ele se encaixar na idéia de apresentação que tínhamos: algo com muito movimento, harmonia e sombrio. Odin tem o clima perfeito para isso além de representar um desafio em termos de confecção de cosplay, pois apresenta vestimentas muito elaboradas e multicoloridas. O cosplay da Odette seria uma superação para mim e para a Gabriel (ambas confeccionamos meu cosplay)
Gabi: Nós duas amamos Odin Sphere. Antes de cosplayers somos hardcore gamers e um tempo antes de ser anunciada a vaga, nós já namorávamos a idéia de fazer uma apresentação sobre esse jogo, e com a vaga de BH veio a oportunidade. O jogo tem um clima muito lírico e mágico, além de ter seus momentos sombrios, pois afinal de contas, se trata de um jogo sobre o Armagedon, o fim do mundo. Nós queríamos tentar passar essa mistura de sensações tão bela que é percebida no jogo. Além disso o que me atrai muito nesse jogo é a estética dele, e assim como eu, a Nathalia adora um cosplay desafiante, e vimos na Odette uma possibilidade de tentarmos nos superar.
SetCosplay: Vocês mesmas que produzem as roupas?
Lélis: sim, eu e a Gabi fazemos todos os acessórios dos nossos cosplays, estilizamos as perucas, fazemos a maquiagem e afins. A única coisa que ainda não sabemos fazer é costurar, então a parte de tecido fica a cargo da costureira, mas mesmo assim participamos de todo o processo.
Gabi: Nós sempre participamos de todos os estágios da confecção de um cosplay, mesmo não sabendo costurar, somos nós quem escolhemos os tecidos, que decidimos como vai ficar o acabamento de tal peça do vestuário e o caimento da saia, etc. Além disso somos nós que confeccionamos todos os acessórios utilizados. O cosplay da Nathalia nos deu uma dose bem generosa de trabalho nesse sentido (risos).
Lélis: Bota trabalho nisso! Ainda me lembro das noites perdidas nele (risos)
Produção dos cosplays: 3 horas da manhã! Parabéns meninas ^^
SetCosplay: Caso vocês ganhem a final brasileira, seriam boas representantes do Brasil no Japão?
Lélis: Sim, seríamos, pois além de que iríamos com bastante vontade de representar nosso país, nossa vontade de ganhar lá e elevar ainda mais o nome do Brasil fora é ainda maior. Além disso, estamos confiantes quanto aos cosplays, estão muito bem feitos e quanto a apresentação, que espero que todos possam curtir lá na final. Vamos dar nosso melhor e tentaremos caminhar para o pódio! Afinal, tenho 5 anos de competição e alguma hora eu tenho que acertar o que os juízes querem ver (risos)
Gabi: Acredito que sim, nós temos muita vontade de representar o Brasil na grande final além de que estamos dando sangue pra isso. Sei que vai ser difícil conseguir essa vitória, mas caso consigamos podem ter certeza de que o Brasil será muito bem representado e queremos o título para o Brasil não só na copa mundial
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